07/11/2002 - 14h35

Cão de competição morre durante vôo e empresa é condenada

MILENA BUOSI
da Folha Online

A empresa aérea Varig foi condenada pela Justiça de Brasília a indenizar em R$ 110 mil a proprietária de Anjos Akbar, um cão da raça pug. O animal, que participava de exposições e campeonatos internacionais, morreu durante um vôo para Miami.

A assessoria de imprensa da Varig informou que a empresa vai recorrer no TJ-DF.

Do total do valor da indenização, R$ 10 mil referem-se a danos morais, R$ 20 mil a danos materiais e R$ 80 mil pelos lucros cessantes. Para a decisão judicial foi levado em conta a possibilidade reprodutiva do animal por quatro anos, dez acasalamentos anuais, além de R$ 1.500 por filhote.

A proprietária do cão, Ann Joe de Oliveira Sampaio, disse que o animal fazia parte de um espécime raro, campeão mundial, com inúmeros títulos nacionais e internacionais, patrocinado por uma das mais importantes empresas de rações do mundo. Afirmou ainda que o animal fazia parte de um trabalho genético, cujo custo seria compensado pelo retorno financeiro decorrente da venda do sêmen e da procriação direta.

Ann Joe afirmou à Justiça que, em 17 de junho de 2001, a adestradora Regina Perrone embarcou para os Estados Unidos em um vôo da Varig levando Anjos Akbar e outros dois cães para uma exposição.

Quando Regina desembarcou em Miami, foi comunicada que o cão havia morrido. A adestradora alegou que não recebeu assistência da empresa aérea e, então, providenciou a autopsia do corpo do animal, feita na Clínica de Animais Gomara, em Miami.

Laudo da clínica apontou como causa da morte falta de ar no estômago e intestinos, além de contusões pulmonares decorrentes de ventilação inadequada e/ou temperatura imprópria. A adestradora afirmou que o corpo do animal ficou congelado por 30 dias à disposição da Varig, que acabou não solicitando exames, segundo a Justiça.